Atividades físicas podem agir a favor de um mecanismo pró-inflamatório ou desencadear uma resposta anti-inflamatória
Nunca se falou tanto em imunidade. Com a pandemia do novo coronavírus, a preocupação das pessoas em melhorar o desempenho do seu sistema imune aumentou significativamente. Os exercícios físicos têm relação direta com a imunidade, no entanto, o que pouca gente sabe é que eles podem nos proteger ou nos deixar ainda mais suscetíveis a certas enfermidades. Isso porque práticas exageradas podem interferir nas barreiras de proteção do organismo e provocar o efeito contrário.
Tudo acontece devido à presença das citocinas, que são substâncias que podem agir a favor de um mecanismo pró-inflamatório ou desencadear uma resposta anti-inflamatória. O exercício físico regular, e sem excessos, interfere nesse processo, resultando em vantagens para o organismo.
As práticas físicas melhoram a imunidade ao longo da vida e também a fazem de forma pontual. Basta uma sessão de exercício para que ela fique mais aguçada em até aproximadamente duas ou três horas após o término da atividade.
Para ter ideia da relevância do tema, estudiosos já fizeram uma relação entre exercícios físicos e a proteção ao novo coronavírus. Em um artigo publicado na revista científica Diabetes & Metabolic Syndrome: Clinical Research & Reviews, os estudiosos relatam que, após analisar pacientes com Covid-19, os treinos aeróbicos contribuem para fortalecer a imunidade em geral e o sistema respiratório, podendo diminuir morbidades e a mortalidade decorrentes do vírus.
Cabe destacar que práticas como correr, nadar e pedalar aumentam a imunidade especificamente no aparelho respiratório, o principal alvo do novo coronavírus. Principalmente para os iniciantes, o ideal é caminhar ou correr sem ficar ofegante. Isso é capaz de ocasionar uma disfunção no sistema imune, propiciando um quadro inflamatório e ampliando o risco de infecções. Existem muitos treinamentos de efeitos supostamente rápidos, mas pouca fisiologia aplicada a esses treinos.
Por isso, não tente recuperar o tempo perdido. Evite treinos longos. Melhor fazer de 30 minutos diários a 60 minutos três vezes por semana. Independentemente do tipo de exercício, fracione a sessão em períodos mais curtos duas vezes ao dia, como 15 minutos pela manhã e 15 minutos à noite, se possível.
Havendo desconforto com a máscara, como tontura e aceleração da respiração, reduza a intensidade e aumente o tempo de intervalo dos exercícios. Já para quem treina e quer intensificar o ritmo, pode até aderir a um treino vigoroso, mas não todos os dias. Isso porque nessa intensidade acelerada e constante também há reflexos imunológicos: pode diminuir a fração de células de defesa chamadas neutrófilos, a primeira barreira que o vírus encontra ao entrar no corpo.
Em São Manuel, o empresário e um dos proprietários da academia Bodyfit, ao lado de Suamyr Flávio e Juninho Alves, Gustavo Nobre, destaca: “segundo o decreto do governador, nós, do ramo de academias, estamos proibidos de funcionar e de exercer a função de proporcionar uma melhora no sistema imune, no qual seria algo positivo na luta contra a Covid-19, e, consequentemente, uma melhora na saúde da população praticante”.
Já o treinador Suamyr Flávio, conta sobre quais adaptações eles foram obrigados a fazer: “Nesse momento difícil, estamos atendendo nossos alunos e clientes em ambientes abertos, atendimento home care e via on-line, assim, conseguimos manter uma relação bem próxima com nossos alunos”.
“Mesmo com vários estudos apontando os benefícios do exercício na luta contra a Covid-19, mesmo sabendo que várias academias como a Bodyfit, estamos oferecendo um atendimento e uma estrutura para o atual momento. Acreditamos que estamos preparados para oferecer nosso serviço com qualidade e segurança”, conclui Nobre.